20 de junho de 2008

Novo índice de ações foca oportunidades ambientais

A FTSE (Financial Times & Stock Exchange), companhia inglesa que atua na elaboração de índices de mercado, acaba de lançar um índice que mede o desempenho de companhias globais que têm forte envolvimento em negócios e tecnologias ambientais. Chamado de FTSE Environmental Opportunities All-Share Index, é composto por ações de 470 empresas, dentre as quais seis brasileiras, cujas atividades busquem soluções ambientais nos campos de energias alternativas e eficiência energética, tecnologia de água e resíduos, controle da poluição e gestão de matérias primas.

O novo índice seleciona as ações das empresas cujas vendas, investimentos e lucro líquido relativos a tecnologias ambientais superem mais de 20% o total desses parâmetros. Além disso, o Environmental Opportunities é ajustado pela liquidez das ações selecionadas. Seus destaques são os seguintes:


As 10 empresas com maior participação no índice são: Siemens, Iberdrola, Suez, ABB, United Technologies, 3M, ENEL, Emerson Eletric, Honeywell e Phillips. Consideramos seu lançamento mais uma demonstração de que os investidores, pessoas físicas e jurídicas, estão cada vez mais interessados na busca de soluções para as questões ambientais associadas aos negócios. O índice foi justamente criado pela FTSE para atender a demanda desses investidores que procuram empresas melhor preparadas para atuar num ambiente de negócios de baixa emissão de carbono, maximizar as oportunidades ambientais em seus portfólios e apoiar financeiramente o crescimento e o desenvolvimento do setor de tecnologia ambiental e de energias renováveis.

13 de junho de 2008

Questão da água é um desafio aos negócios

O World Business Council for Sustainable Development – WBCSB acaba de divulgar a versão em português do relatório Business in the world of water: The H2O Scenarios (As empresas no mundo da água: Cenários para 2025). O relatório apresenta três cenários a respeito do papel das empresas em relação à crescente questão da água em âmbito mundial. Por meio desses cenários, o relatório quer chamar a atenção para o valor da água, exatamente nesse momento em que o crescimento populacional e econômico está puxando a demanda de alimentos, energia, transporte, lazer e praticamente de todos os produtos de consumo diário. O relatório afirma que todos entendem que a água é essencial para a vida. Contudo, as pessoas e as organizações tendem a ignorar a questão d’água, até que ela comece a escassear, ficar poluída, passar a ter custo ou, ainda, não ser administrada. O relatório alerta para as projeções de escassez e de falta d’água, destacando o aumento de custos, que irão tornar o gerenciamento desse bem ainda mais complexo num futuro próximo. Concluindo, o estudo do WBCSD afirma que as empresas, conjuntamente com toda a sociedade, podem exercer papel ativo e responsável para assegurar o uso social, ecológico e economicamente racional de água. Exatamente nessa direção, a General Electric – GE divulgou recentemente que irá cortar em 20% seu consumo mundial de água até 2012. Essa redução deverá ser alcançada por meio de processos de reuso e de uso eficiente d’água em suas instalações comerciais e industriais. A GE informou que irá divulgar os resultados de suas iniciativas para seus clientes e também publicou um manual para ajudar seus stakeholders a aumentarem o reuso de água. O relatório do WBCSD sobre a água, o qual recomendamos a leitura, bem como outros que comentamos aqui neste blog, apontam para a necessidade das empresas levarem a questão ambiental ao centro de suas estratégias de negócios e de compartilharem suas experiências no campo da sustentabilidade com a sociedade em geral. Acesse aqui o relatório “As empresas no mundo da água: Cenários para 2025”

30 de maio de 2008

Febraban discute a co-responsabilidade dos bancos por danos ambientais

A Febraban realizou o seu 6º. Congresso de Direito Bancário, quando tivemos a oportunidade de participar da mesa que discutiu a responsabilidade dos bancos em danos contra o meio ambiente. Nessa mesa, o Dr. Fernando Tabet, advogado do Escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, especialista em Direito Ambiental, apresentou os fundamentos legais que podem resultar na co-responsabilização dos bancos por danos ambientais associados ao financiamento das atividades de seus clientes. Considerando-se, dentre outros preceitos legais, a Política Nacional do Meio Ambiente, que define o poluidor como “a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental”, poderiam então os bancos ser indiretamente responsabilizados por danos ambientais. Já a Lei da Biossegurança expressamente cita as instituições financeiras como possíveis co-responsáveis por eventuais impactos socioambientais negativos decorrentes de atividades que envolvem organismos geneticamente modificados (OGM). Nesse sentido, segundo informou o Dr. Tabet, já existe uma ação em tramitação na qual um banco está sendo co-responsabilizado por ter financiado uma empresa mineradora que causou um dano ambiental. A partir desses fundamentos legais apresentados, tanto nós, como também o Dr. Tabet, recomendamos aos participantes do Congresso que orientassem as áreas jurídicas dos bancos no sentido de introduzirem cláusulas nos contratos de financiamento para prevenir eventual co-responsabilização dos bancos por danos ambientais. Além disso, ressaltamos a importância da incorporação de critérios socioambientais nos processos de decisão de crédito e do monitoramento das cláusulas contratuais, como alguns bancos já fazem. Uma vez que a legislação não prevê limites, e talvez prevendo outras ações semelhantes a que está em tramitação, a Febraban está elaborando uma proposta para delimitar o alcance legal da co-responsabilidade dos bancos. Leia aqui a Lei 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente) Lei aqui a Lei 11.105/2005 (Lei da Biossegurança)

23 de maio de 2008

Investidores brasileiros debatem sobre melhores práticas

No dia 15 de maio aconteceu um workshop sobre os Principles for Responsible Investment - PRI (Princípios para o Investimento Responsável), iniciativa de investidores institucionais de todas as partes do mundo em parceria com a Organização das Nações Unidas - ONU*. O PRI são um conjunto das melhores práticas sociais, ambientais e de governança corporativas globais aplicadas nas tomadas de decisões de investimentos.

19 de maio de 2008

Programa incentiva empresas a iniciar gerenciamento de emissões

Recentemente foi lançado por empresas nacionais o Programa Brasileiro GHG Protocol, cujo objetivo é o de desenvolver metodologia de inventário e capacitação para o gerenciamento das emissões de gases de efeito estufa. Pensamos que se trata de uma iniciativa importante para que as empresas conheçam suas próprias emissões de carbono e, nesse momento em que o aquecimento do planeta e as mudanças climáticas já começam a impactar os negócios, passem a gerenciar tais emissões. Para que o programa venha a obter resultados amplos e efetivos, consideramos que seria fundamental as empresas e as instituições financeiras gerenciarem não somente suas próprias emissões, mas também incluírem as emissões de toda a cadeia produtiva e de toda a carteira de crédito, respectivamente. Aderiram ao programa um total de 16 empresas, das quais 11 brasileiras: Banco do Brasil, Bradesco, CNEC, Copel, Grupo Abril, Natura, Nova Petroquímica, O Boticário, Petrobras, Sadia e Votorantim. Também aderiram as subsidiárias brasileiras da Alcoa, Anglo American, Arcelor Mittal, Ford e Wal-Mart. Esse programa é o resultado de uma parceria entre o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV, Ministério do Meio Ambiente, World Resources Institute - WRI, World Business Council for Sustainable Development - WBCSD e Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável – CEBDS.

7 de maio de 2008

Executivos de finanças não consideram o risco climático, revela pesquisa

Acaba de ser divulgada uma pesquisa revelando que a maioria dos executivos de finanças norte-americanos não está preparada para responder aos riscos financeiros associados às mudanças climáticas. A pesquisa elaborada pela empresa de gestão de risco Storm Exchange e pela Chicago Mercantile Exchange, revela também que a grande maioria desses profissionais acredita que terão que mudar seus modelos de negócios para poder lidar com as alterações do clima e suas conseqüências. Alguns dos resultados dessa pesquisa chamam mais a nossa atenção, como por exemplo, a de que somente o setor de energia tem sistematicamente tentado mensurar os impactos do clima em suas atividades. Outro dado que nos surpreende, é o de que quase metade dos executivos pesquisados acha não ser viável a gestão do risco climático. Na nossa opinião, a pesquisa remete para a necessidade de serem desenvolvidos no mercado brasileiro produtos e serviços financeiros destinados a minimizar o impacto do clima nos negócios. A pesquisa foi realizada entre 205 profissionais de finanças de empresas médias e grandes dos Estados Unidos e do Canadá.

22 de abril de 2008

Questão ambiental está dentre os maiores riscos aos negócios, aponta relatório

Relatório recentemente divulgado pelas consultorias Ernst Young e Oxford Analytica classificou a questão ambiental como um dos dez maiores riscos aos negócios em escala mundial. O relatório intitulado Strategic Business Risk 2008 - the Top 10 Risks for Business analisa os riscos estratégicos de 12 dos mais importantes setores de atividades, entre os quais destaca-se: automobilístico, petróleo e gás, telecomunicações, financeiro (bancos, administradoras de recursos, seguradoras) e serviços públicos. A Ernst Young usou a expressão radical greening (esverdeamento radical) para descrever os crescentes desafios relacionados ao meio ambiente, que seriam decorrentes de um amplo espectro de pressões: desde voluntárias do mundo da responsabilidade social corporativa, até regulamentações rigorosas e necessidades econômicas. O risco do esverdeamento radical é devido a hábitos de consumo e regulamentações criadas para fazer frente às mudanças climáticas, bem como pelos eventos climáticos provocados por essas alterações na Terra. Os nove outros riscos estratégicos apontados no relatório são: 1) regulatório e de compliance; 2) crises financeiras internacionais; 3) envelhecimento da força de trabalho e dos consumidores; 4) falta de estratégia de atuação e expansão em mercados emergentes; 5) consolidação de empresas e alterações setoriais; 6) flutuações nos preços e na oferta de energia; 7) transações estratégicas (por ex. fusões e aquisições de empresas) mal concebidas e executadas; 8) elevação das taxas mundiais de inflação; 9) deixar de antecipar e atender a mudanças de hábitos dos consumidores. Esse interessante relatório, ao qual recomendamos a leitura, assim como outros recentemente lançados e comentados por nós, também identifica e alerta para a necessidade de levar a questão ambiental, especialmente as mudanças climáticas, ao centro das estratégias de negócios de empresas dos mais diversos setores da economia.