11 de janeiro de 2023

Relatório do WEF coloca o risco de crise do custo de vida no topo de riscos globais

Como ocorre todo o início de ano, o World Economic Forum – WEF (Fórum Econômico Mundial) acaba de lançar o Global Risks Report 2023 (Relatório de Riscos Globais). Esse Relatório apresenta os resultados de uma Pesquisa de Percepção de Riscos Globais (Global Risks Perception Survey), que foi realizada entre 1.200 participantes, entre os quais formuladores de políticas, especialistas em riscos, membros da academia, empresas, governos e representantes de sociedade civil.

Com a pandemia global e a guerra na Ucrânia as crises de energia, alimentos e, consequentemente, de inflação e de segurança das pessoas retornaram ao topo das preocupações mundiais. Devido a essas crises, o risco de Custo de Vida passou a encabeçar a lista dos 10 riscos com maior impacto provável (gravidade) de ocorrer no curto prazo (até os próximos dois anos). No Relatório do ano passado, o risco da ocorrência de Eventos Climáticos Extremos ocupava esse posto. Na lista dos 10 riscos de curto prazo há 5 ambientais, 3 sociais (incluindo o de Custo de Vida), 1 geopolítico e 1 tecnológico.

O Relatório também apresenta a lista com os 10 riscos com maior impacto provável de ocorrer no longo prazo (em até 10 anos), da qual o risco de Falha na Mitigação das Mudanças Climáticas ocupa o topo da lista, repetindo a posição do ano passado. Nessa lista dos 10 riscos de longo prazo há 6 ambientais, 2 sociais, 1 geopolítico e 1 tecnológico.

A seguir as duas listas de riscos por categoria e prazo:

De acordo com o Relatório, os déficits de oferta de energia e alimentos devem perdurar durante os próximos dois anos e, portanto, permanecerão pressionando aumentos no custo de vida e no serviço da dívida dos países. Consequentemente, esses riscos de curto prazo prejudicam os esforços na busca de soluções para os riscos de longo prazo, destacadamente para aqueles relacionados à mudança climática, biodiversidade e investimento no capital humano. Tais esforços já vêm se mostrando insuficientes para conter as emissões de carbono e combater as alterações do clima na velocidade desejada, como tem revelado o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). 

Sob pena de levar a um aquecimento global continuado e a um colapso ecológico, o Relatório alerta para a urgência de os países começarem a cooperar de forma mais eficaz quanto à mitigação e adaptação climática. Entretanto, desde o Acordo de Paris de 2015, que se propunha nessa direção, pouco se avançou.

Acesse o Global Risks Report2023 aqui.