28 de abril de 2022

Bancos Centrais mundiais buscam melhorar a gestão de riscos ambientais

A NGFS - Network of Central Banks and Supervisors for Greening the Financial System acaba de publicar um relatório destacando a necessidade de transparência do mercado financeiro responsável pelo chamado financiamento ‘verde’ e de transição climática. Criada ao final de 2017, a NGFS é uma rede global de bancos centrais e autoridades de supervisão, da qual o Banco Central do Brasil faz parte, cujo objetivo é promover a gestão dos riscos ambientais no setor financeiro, sobretudo os riscos associados às alterações climáticas, e para apoiar a transição para uma economia mais sustentável.

Com base na experiência dos bancos centrais e em uma pesquisa realizada junto a 25 bancos centrais e 24 supervisores financeiros membros da NGFS, o novo relatório apresenta uma visão abrangente a respeito de três questões consideradas críticas envolvendo a transparência de mercado em finanças sustentáveis:

  • As taxonomias, ou seja, os sistemas de classificação usados para identificar ativos, projetos e atividades em função dos benefícios ou custos ambientais. Atualmente há um cenário global fragmentado com muitas taxonomias diferentes, impondo a necessidade de melhorar a comparabilidade e a integração entre as jurisdições de cada país.
  • Os mecanismos criados para a certificação e a verificação externas das credenciais ‘verdes’ de ativos, projetos e atividades. A revisão externa desempenha um papel importante para garantir a aplicação adequada dos princípios, padrões e taxonomias e, desse modo, promover a transparência do mercado.
  • A crescente gama de métricas, estruturas e produtos desenvolvidos para financiar a transição climática. Tais ferramentas são importantes para bancos centrais que estão procurando avaliar e orientar uma transição climática ordenada por meio do uso de abordagens baseadas no mercado.

De fato, essas questões remetem para a necessidade de o setor financeiro aprimorar a gestão de riscos ambientais a fim de alinhar os investimentos e mobilizar recursos financeiros destinados a introduzir tecnologias para reduzir as emissões de carbono e combate às mudanças do clima. Aqui vale lembrar o Global Risks Report 2022 do World Economic Forum – WEF, que colocou dois riscos ambientais no topo da lista de riscos da próxima década: o fracasso na ação climática e as condições climáticas extremas.