Participamos do Encontro Regional Grupohotel (Grupo dos Profissionais Executivos do Mercado Hoteleiro), cujo tema foi “construção sustentável e desempenho ambiental de edificações e espaços”. O evento consistiu de um ciclo de palestras no qual foram apresentadas ferramentas e linhas de trabalho no sentido de tornar construções e edificações mais sustentáveis na sua concepção, construção e operação.
O ponto de partida comum entre os palestrantes foi o panorama atual de rápido crescimento populacional combinado à concentração da população nas áreas urbanas – o que causa aumento das demandas por construção de moradias, energia elétrica e água tratada. Além disso, as cidades são responsáveis pela geração de 75% das emissões de CO2. A construção civil é um dos setores mais impactantes ao meio ambiente devido a seu elevado consumo de energia e recursos e grande geração de resíduos e gases de efeito estufa – mesmo na fase de operação.
Sob essa perspectiva, Marcos Casado, do Green Building Council, questionou a necessidade de destruir para construir, de acordo com o qual, construir de maneira sustentável pode custar de 5% a 10% a mais – porém, traz redução de 8% a 9% nos custos operacionais. Ele apresentou desde materiais mais sustentáveis – como caixilhos de alumínio reciclado e cimento feito com escória de alto-forno – até estratégias e sistemas para reduzir o consumo de água e energia nos prédios depois de prontos.
Um tema que atraiu bastante interesse foi a água: reuso, reaproveitamento da água da chuva e racionalização do uso nas edificações. Tecnologias e equipamentos já disponíveis no mercado para uso eficiente da água deveriam ser mais utilizados, considerando a tendência de encarecimento desse recurso natural cada vez mais escasso. Foi apresentado também um sistema de limpeza e esterilização de objetos e ambientes à base de ozônio – que tem baixo custo de aplicação e não gera resíduo, além de sistemas de iluminação por LED (sigla em inglês para Light Emitting Diode, ou Diodo Emissor de Luz) e de utilização de radiação solar para aquecimento de água e ambientes ou geração de energia elétrica por meio de células fotovoltaicas.
O evento serviu bem ao seu propósito de apresentar alternativas para construir e operar edificações de maneira mais “verde” mantendo os custos competitivos e sem perder de vista “a qualidade dos ambientes internos (o conforto dos usuários) e o custo durante a vida do edifício – não somente na fase de concepção e construção”, como colocou Fúlvio Vittorino, engenheiro do IPT.
De acordo com relatório do IPCC o setor de construção responde por cerca de 8% do total das emissões de gases de efeito estufa. As soluções apresentadas no evento e iniciativas como, por exemplo, o Protocolo Ambiental da Construção Civil Sustentável no estado de São Paulo, vão ao encontro da necessidade do setor reduzir sua “pegada ecológica”.
Saiba mais sobre o Green Building Council Brasil aqui.
Leia aqui o Protocolo Ambiental da Construção Civil Sustentável.
(Gabriela Amorozo colaborou neste post)
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