24 de fevereiro de 2011

Young destaca quatro desafios para a sustentabilidade empresarial

Mudança de consciência é fundamental para vencer os desafios da sustentabilidade. Com essa afirmação, Ricardo Young iniciou sua palestra “Os desafios da sustentabilidade para o mundo corporativo”, realizada ontem em São Paulo. Young disse que é preciso construir num horizonte de três a quatro décadas um novo marco civilizatório, cujas bases devem ser lançadas na atual década. Nessa direção ele destacou quatro desafios para as empresas.

Young destacou quatro desafios
para as empresas nos próximos anos
O primeiro desses desafios é o de compreender o significado das externalidades ao negócio. A emissão de carbono é a mais perigosa externalidade para a humanidade, segundo Young. O carbono se tornou um custo que vai impactar os negócios das empresas. O carbono mexe com o produto e com toda a sua cadeia de fornecedores. O fundamental é saber gerir esse impacto do carbono para reduzir as externalidades. As empresas precisam realizar o inventário de suas emissões de carbono. Nesse sentido, Young destacou a importância do recém-criado índice de carbono da BMFBovespa. Sobre esse novo índice leia o nosso post Novo índice de carbono pretende mobilizar empresas e investidores para a questão climática nos negócios. Young também destacou a água como outra externalidade que as empresas precisam gerir. Segundo ele, o Brasil é um dos países que mais maltratam os recursos hídricos.

O segundo desafio das empresas é o de criar uma cultura da gestão sustentável. É preciso virar as empresas pelo avesso, afirmou Young. Para tanto, as empresas devem levar em consideração as expectativas de todas as suas partes interessadas. Elas precisam desenvolver relações de confiança com seus stakeholders e demonstrar que o relacionamento vai além do aspecto comercial. Para alcançar essa gestão multi-stakeholder é necessário que as empresas desenvolvam novas competências internas. De acordo com Young, já é possível verificar que as poucas empresas que estão fazendo isso têm maior valor de mercado.

Tecnologias que garantam impacto socioambiental próximo de zero. Segundo Young, esse é o terceiro desafio para as empresas. Ele disse que investimento em tecnologia é o que vai fazer a diferença para os negócios e garantir a competitividade e existência das empresas num horizonte de longo prazo. A tecnologia da sustentabilidade está na natureza, que é o laboratório mais sustentável (não produz lixo). Por isso, as empresas precisam observar como a biodiversidade encontra soluções para os problemas.

O quarto desafio para as empresas é saber trabalhar com os marcos regulatórios, legais, ou não, para se antecipar a alterações no ambiente de negócios. Como marcos regulatórios legais, Young mencionou, entre outros, a legislação brasileira sobre as mudanças climáticas e sobre resíduos sólidos, e as diretrizes da GRI e do GHG Protocol como marcos auto-regulatórios.

Young finalizou afirmando que desenvolvimento sustentável é oportunidade. Ônus é continuarmos fazendo as coisas do jeito que fazemos hoje.

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