Reunidos a semana passada em um encontro na Organização das Nações Unidas, cerca de 50 investidores institucionais, que administram US$ 1,75 trilhões, acabam de assinar um plano de ação para riscos climáticos, com a promessa de investir US$ 10 bilhões em tecnologias “limpas” nos próximos dois anos. No encontro os signatários do plano solicitaram que todas as empresas administradoras de recursos considerem os riscos e as oportunidades decorrentes das mudanças climáticas em suas decisões de investimentos, utilizando para tanto critérios de sustentabilidade ou de riscos climáticos. As instituições signatárias do plano decidiram estabelecer a meta de reduzir o consumo de energia de seus ativos imobiliários em 20% nos próximos três anos e incorporar critérios ambientais nas decisões de investimento nesse segmento de negócio. O plano de ação estabelece que seus signatários comprometem-se a: - Pressionar as empresas onde investem divulguem informações sobre os riscos financeiros associados às mudanças do clima; - Encorajar analistas de investimento, agências de rating e bancos de investimento a considerar os custos de emissão de carbono (estimados pelos signatários entre US$ 20 e US$ 40 por tonelada de dióxido de carbono equivalente); - Pressionar a comissão de valores mobiliários e o congresso americanos a exigir que as companhias divulguem informações sobre os riscos climáticos como parte dos documentos obrigatórios; e - Buscar o estabelecimento de uma política nacional para reduzir as emissões de gases do efeito estufa nos Estados Unidos e apoiar um acordo pós Protocolo de Kyoto.
Consideramos essa mais uma iniciativa importante do setor financeiro norte-americano no sentido de incorporar a variável climática nos negócios. Essa iniciativa serve de exemplo para que também no Brasil seja regulamentada a divulgação pública de informações a respeito dos impactos das mudanças do clima nas atividades das empresas, o que resultaria em maior transparência para a tomada de decisão de investimentos. Veja outras iniciativas semelhantes em nossos posts anteriores: Mudanças climáticas faz bancos adotarem regras para avaliação de riscos Website apresenta riscos e oportunidades das mudanças climáticas aos negócios CERES aponta que clima é o risco mais desprezado pelos bancos Novos relatórios alertam investidores para riscos e oportunidades das mudanças climáticas Mudanças climáticas: governos e investidores americanos pressionam a SEC
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