24 de setembro de 2007

Mudanças climáticas: governos e investidores americanos pressionam a SEC

Um grupo formado por 22 estados americanos, fundos de investimento e entidades ambientalistas acaba de encaminhar a Securities and Exchange Commission - SEC dos Estados Unidos um pedido para abertura de informações financeiras sobre riscos climáticos pelas empresas. Nesse pedido o grupo, que administra US$ 1,5 trilhão em ativos, argumenta que as conseqüências das mudanças climáticas nos negócios atingem desde danos materiais, novos custos e incentivos legais até alterações em produtos e serviços. O grupo ressalta que atualmente a abertura de informações a esse respeito é inconsistente e inadequada, apresentando como exemplos: o caso do relatório anual da ExxonMobil enviado à SEC onde a empresa faz apenas uma pequena referência sobre mudanças climáticas; e o caso da seguradora Allstate Corporation que perdeu US$ 4 bilhões com a passagem dos furacões Katrina e Rita e não faz qualquer menção quanto aos efeitos das mudanças do clima. Outro argumento apresentado por esse grupo é de que o Citigroup promoveu o downgrading das ações das empresas do setor de carvão devido ao risco climático. Caso a SEC decida regulamentar a abertura de informações relativas a riscos ambientais, seria um passo importante no sentido de conferir maior segurança ao mercado em suas decisões de investimentos. No âmbito dos Principles for Responsible Investment (PRI)*, os fundos de pensão brasileiros poderiam encaminhar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) solicitação semelhante a do grupo americano. A respeito da incorporação de questões socioambientais no mercado de capitais, leia também o post abaixo "APIMEC orienta sobre a incorporação da sustentabilidade no mercado de capitais".

Leia aqui a petição do grupo americano enviada a SEC. (1,4 Mb)

fonte: Environmental Finance * Principles for Responsible Investment – PRI: Iniciativa lançada em abril de 2006 pelas Nações Unidas. Adotados no Brasil pelos maiores fundos de pensão, esses princípios demandam a incorporação de questões ambientais, sociais e de governança nas análises de investimento e processos de tomada de decisão.

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