12 de setembro de 2007

Empresas do agronegócio criam instituto para incentivar práticas socioambientais

Antecipando possíveis barreiras não-tarifárias no comércio internacional relacionadas a questões ambientais e trabalhistas, 19 organizações representantes do setor do agronegócio criaram no início de setembro o Instituto para o Agronegócio Responsável (Ares), cujo objetivo é orientar empresas do setor na busca por melhores práticas socioambientais em suas atividades. Segundo do Roberto Waack, presidente do conselho consultivo do Ares, "Questões trabalhistas, escravidão no campo, expansão da fronteira agrícola para áreas de mata nativa, grilagem de terras e esgotamento dos recursos hídricos são alguns dos temas que o setor terá de cuidar". O mercado internacional já vem impondo certas restrições a produtos brasileiros. Grandes redes varejistas e redes de restaurantes europeus passaram a boicotar a soja brasileira, apontada como responsável pela destruição da floresta. O recente embargo à carne brasileira por países como a Irlanda é outro exemplo de pressão que o agronegócio brasileiro vem sofrendo. Essa iniciativa é bastante positiva na medida em que representa uma oportunidade para que dez cadeias produtivas do setor do agronegócio brasileiro avancem organizada e uniformemente na adoção de práticas socioambientais. Entretanto, para que essa iniciativa alcance resultados efetivos, será necessário que o setor do agronegócio estabeleça diálogo aberto e transparente com os diversos stakeholders envolvidos e adote as melhores práticas internacionais.

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