15 de janeiro de 2020

Risco climático é destaque em relatório do Fórum Econômico de Davos


Como acontece anualmente durante a realização do World Economic Forum – WEF (Fórum Econômico Mundial) em Davos na Suíça, acaba de ser lançada a 15ª. edição do Global Risks Report 2020 (Relatório de Riscos Globais de 2020). A base para a elaboração desse Relatório é a pesquisa anual de percepção de riscos globais concluída por aproximadamente 800 membros das diversas comunidades do WEF (empresários, acadêmicos e representantes do setor público).

O panorama de riscos apresentado no Relatório deste ano é dominado pela questão das mudanças climáticas. Todos os cinco principais riscos por probabilidade de ocorrer e três por gravidade do seu impacto estão relacionados ao clima. Eis a lista dos cinco principais riscos globais em termos de probabilidade de ocorrer e gravidade do impacto (caso ocorram):

1. Eventos climáticos extremos com grandes danos materiais, infraestrutura e perda de vidas humanas.
2. Falha na mitigação e adaptação às mudanças climáticas por parte dos governos e das empresas.
3. Grande perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas (terrestre ou marinho) com consequências irreversíveis para o meio ambiente, resultando em recursos naturais severamente esgotados para a humanidade e para as indústrias.
4. Grandes desastres naturais, como terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas e tempestades geomagnéticas.
5. Danos e desastres ambientais causados pela ação humana, incluindo crimes ambientais, como derramamentos de óleo e contaminação radioativa.

O relatório aponta um contrassenso: a ausência dos riscos econômicos na lista dos dez principais riscos globais. Isso é preocupante, considerando que a atual perspectiva de desaceleração econômica global deve limitar o desenvolvimento em todas as outras áreas, incluindo climática. Como os riscos ambientais e econômicos são indissociáveis, podemos concluir que podem estar faltando recursos para mitigação e adaptação às mudanças do clima.

O Global Risks Report 2020 é divulgado em meio aos piores incêndios que ocorrem na Austrália, que vem resultando em grande perda de biodiversidade e afetando a vida e a saúde de milhares de pessoas. O impacto econômico desses incêndios deve superar o prejuízo de US$ 3 bilhões causado pelas queimadas de 2009, as maiores registradas até então no país, de acordo com a Moody's Analytics. De acordo com esse instituto, os danos crescentes à vegetação e à atmosfera ameaçam diretamente o agronegócio e o turismo.


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