Como acontece
anualmente durante a realização do World Economic Forum – WEF (Fórum Econômico
Mundial) em Davos na Suíça, acaba de ser lançada a 15ª. edição do Global Risks
Report 2020 (Relatório de Riscos Globais de 2020). A base para a elaboração
desse Relatório é a pesquisa anual de percepção de riscos globais concluída por
aproximadamente 800 membros das diversas comunidades do WEF (empresários,
acadêmicos e representantes do setor público).
O panorama de
riscos apresentado no Relatório deste ano é dominado pela questão das mudanças
climáticas. Todos os cinco principais riscos por probabilidade de ocorrer e
três por gravidade do seu impacto estão relacionados ao clima. Eis a lista dos
cinco principais riscos globais em termos de probabilidade de ocorrer e
gravidade do impacto (caso ocorram):
1. Eventos
climáticos extremos com grandes danos materiais, infraestrutura e perda de
vidas humanas.
2. Falha na
mitigação e adaptação às mudanças climáticas por parte dos governos e das
empresas.
3. Grande perda
de biodiversidade e colapso dos ecossistemas (terrestre ou marinho) com consequências
irreversíveis para o meio ambiente, resultando em recursos naturais severamente
esgotados para a humanidade e para as indústrias.
4. Grandes
desastres naturais, como terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas e
tempestades geomagnéticas.
5. Danos e
desastres ambientais causados pela ação humana, incluindo crimes ambientais,
como derramamentos de óleo e contaminação radioativa.
O relatório
aponta um contrassenso: a ausência dos riscos econômicos na lista dos dez
principais riscos globais. Isso é preocupante, considerando que a atual
perspectiva de desaceleração econômica global deve limitar o desenvolvimento em
todas as outras áreas, incluindo climática. Como os riscos ambientais e
econômicos são indissociáveis, podemos concluir que podem estar faltando
recursos para mitigação e adaptação às mudanças do clima.
O Global Risks
Report 2020 é divulgado em meio aos piores incêndios que ocorrem na Austrália, que
vem resultando em grande perda de biodiversidade e afetando a vida e a saúde de
milhares de pessoas. O impacto econômico desses incêndios deve superar o
prejuízo de US$ 3 bilhões causado pelas queimadas de 2009, as maiores
registradas até então no país, de acordo com a Moody's Analytics. De acordo com
esse instituto, os danos crescentes à vegetação e à atmosfera ameaçam
diretamente o agronegócio e o turismo.
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