A Região Sudeste do Brasil está passando por seu
mais severo e extenso período de seca já registrado em 80 anos. Antes a seca
parecia ser um problema restrito ao estado de São Paulo, o mais industrializado
e populoso do país, e a sua capital. Agora sabemos que a estiagem afeta também
os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais que detêm, respectivamente, a
2ª. e a 3ª. maiores participações no Produto Interno Bruto brasileiro.
A escassez de água não é propriamente uma novidade.
É uma questão conhecida e que foi prevista e alertada por especialistas do
setor hídrico. Desmatamento das matas ciliares e
consequente assoreamento dos rios e de suas nascentes, ocupação desordenada das
áreas de mananciais e poluição dos rios e das represas têm contribuído para o
esgotamento das fontes de água. Essas questões vêm se agravando ao longo
dos anos e são negligenciadas pelos governos.
Outro fator importante para o agravamento da escassez de água é o alto índice de perda nas próprias redes de distribuição, estimado na média nacional em 37,5% segundo o Instituto Trata Brasil. A explicação, em boa parte, está nas tubulações antigas e mal conservadas, por onde a água escorre sem controle. Com desperdício tão elevado, as companhias de abastecimento acabam retirando do ambiente mais água do que realmente é necessário. Tamanho desperdício de água tratada representa uma perda de mais de R$ 10 bilhões por ano, segundo estudo do Instituto Trata Brasil e da Universidade de São Paulo, piorando a escassez hídrica e dificultando novos investimentos em abastecimento e saneamento.
Outro fator importante para o agravamento da escassez de água é o alto índice de perda nas próprias redes de distribuição, estimado na média nacional em 37,5% segundo o Instituto Trata Brasil. A explicação, em boa parte, está nas tubulações antigas e mal conservadas, por onde a água escorre sem controle. Com desperdício tão elevado, as companhias de abastecimento acabam retirando do ambiente mais água do que realmente é necessário. Tamanho desperdício de água tratada representa uma perda de mais de R$ 10 bilhões por ano, segundo estudo do Instituto Trata Brasil e da Universidade de São Paulo, piorando a escassez hídrica e dificultando novos investimentos em abastecimento e saneamento.
A falta de água certamente produz um impacto
negativo na saúde da população. Porém, analisemos aqui as consequências da
séria crise hídrica do ponto de vista das atividades produtivas e que acabam
por agravar a qualidade de vida de todos nós. De acordo com a Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP já estaria ocorrendo um êxodo de
empresas do estado para outras regiões do país devido à crise hídrica. Parte da
produtividade que o setor industrial tem no estado de São Paulo se dá
justamente por conta da água. Os setores mais afetados pela crise hídrica
seriam os de alimentos, bebidas, têxtil, papel e celulose, e o químico, segundo
a FIESP. Não por acaso, duas grandes empresas do setor de bebidas – Ambev e
Coca-Cola – levaram para fora de São Paulo investimentos de R$ 2,4 bilhões em
novas plantas industriais. Portanto,
onde há menos água, há menos empregos e preços mais caros.
É preocupante o resultado de pesquisa recentemente
realizada de que mesmo
com a crise hídrica, 95% das indústrias, empresas, hospitais e hotéis do estado
de São Paulo não têm plano de contingência para falta de água. Segundo a Fiesp,
os 42 projetos de conservação e reuso de água do setor industrial na região da Grande
São Paulo geram economia de 10 milhões de litros de água por ano, o equivalente
a apenas 1% da vazão do sistema Cantareira no mesmo período. O valor representa
menos de 5% da demanda anual do setor na mesma região. Isso atesta que as
empresas que dependem das companhias de abastecimento terão suas operações comprometidas
com o provável racionamento de água.
Diante desse cenário, as empresas precisam integrar
a água em suas estratégias de negócios e estabelecer metas de ajustes para
reduzir o consumo desse já escasso recurso. Aquelas que não o fizerem podem rapidamente
encontrar-se em desvantagem competitiva, com prejuízo à sua imagem, redução de
valor para o acionista e comprometimento da sua própria perenidade. Ficou para
trás o tempo onde a água era tida como bem abundante e infinito.
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