O Observatório do Clima – OC divulgou nessa semana
as emissões brasileiras de gases de efeito estufa (GEE). As emissões desses
gases atingiram 1,57 bilhão de toneladas de carbono equivalente em 2013,
representando um aumento de 7,8% em relação ao ano de 2012, segundo o Sistema
de Emissões de Gases de Efeito Estufa.
O SEEG, ferramenta desenvolvida pelo OC com base na
metodologia do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC, calcula
as emissões para os setores de mudança de uso da terra (34,6% do total das emissões),
energia (30,2%), agropecuária (26,6%), processos industriais (5,5%), e de
resíduos (3,1%). As estimativas
ora divulgadas apontam aumento nas emissões de GEE nesses cinco setores
estudados.
É esperado que as emissões aumentem em períodos de
maior crescimento econômico. Mas no ano de 2013 a economia cresceu pouco e as
emissões aumentaram. Isso foi devido aos seguintes fatores: maior desmatamento
nas regiões da Amazônia e do Cerrado; à carbonização da matriz
energética (maior geração de energia termelétrica); e à concessão de incentivos
para a produção de automóveis, privilegiando o transporte individual e
provocando o aumento no consumo de gasolina. Por isso, os setores que mais contribuíram
para o aumento no total das emissões de GEE em 2013 foram o setor de mudança de
uso da terra, ligado à devastação de florestas, cujas emissões aumentaram em
16,4%, seguido do setor de energia com aumento de 7,8% nas suas emissões.
Cerca de dois terços do total das emissões do setor
da agropecuária são provenientes da atividade de pecuária de corte. Esse setor
é o que apresentaria melhores condições de reduzir suas emissões por meio da recuperação
de pastos degradados, maior eficiência produtiva e otimização no uso de
fertilizantes. Contudo, as ações adotadas nesse sentido, como o Programa
Agricultura de Baixo Carbono, têm apresentado avanços tímidos. O setor
industrial precisa reduzir suas emissões por meio da introdução de novas
tecnologias com foco na eficiência energética. Isso está na dependência de um
direcionamento macroeconômico estratégico para o setor.
O Brasil figura entre os dez maiores países emissores
de GEE do planeta e aumentou a intensidade
de carbono na economia. Atualmente a emissão per capita da
população brasileira é praticamente a mesma da média mundial. O país está longe de se tornar uma economia de baixo
carbono. Segundo as previsões
do OC, tudo indica que em 2014 haverá novo aumento nas emissões brasileiras. Na contramão do combate às mudanças climáticas.
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