11 de janeiro de 2012

Índice de Sustentabilidade Empresarial inova, mas restam desafios

A partir do pregão do dia 02/01 entrou em vigor a nova carteira de ações do Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE da BM&FBovespa. É a sétima carteira desse Índice, que foi lançado pela bolsa em novembro de 2005.  A nova carteira reúne 51 ações de 38 companhias de 18 setores de atividades.


Das 37 empresas da carteira anterior, 36 foram selecionadas também para a nova. E duas companhias ingressaram: CCR e Ecorodovias, trazendo para o ISE o setor de transportes. A entrada desse setor de atividades contribui para diversificar a carteira do ISE, que tem sido alvo de críticas por sua concentração setorial. Tanto é que a metodologia do Índice foi no passado alterada para limitar a concentração relativa de um único setor de atividade no total da carteira para 15%. Ainda assim, na carteira atual do ISE as ações das empresas do setor elétrico e as ações de bancos estão próximas desse percentual. No caso do setor financeiro, quando acrescidas as participações de ações de empresas de seguros e cartões, esse percentual eleva-se para pouco mais de 20%. O setor de mineração, representado somente pelas ações ordinárias e preferenciais da Vale, também responde por esse limite máximo setorial.

No processo de seleção das empresas para a carteira do ISE de 2012, a BM&FBovespa introduziu três novidades. A primeira é quanto ao tema das mudanças climáticas que, dada a relevância que vem ganhando, passou a valer pontos. No ano passado, a avaliação desse tema foi apenas testada. Outra novidade é a divulgação para o público em geral dos pesos dos critérios do questionário de avaliação das empresas. Essa também vinha sendo uma demanda de anos anteriores, que confere mais transparência e contribui para uma análise mais aprofundada por parte dos investidores que buscam empresas com melhores práticas de sustentabilidade e governança corporativa.

A terceira, senão a mais importante, certamente a mais aguardada e instigante novidade, é a introdução de uma nova questão para verificar se as companhias desejam tornar públicas as respostas de seus respectivos questionários. Não surpreendente, das 38 empresas que estão na nova carteira, apenas oito permitiram a abertura de seus questionários: AES Tietê, Bicbanco, Banco do Brasil, CCR, Coelce, Eletropaulo, Energias do Brasil e Natura. As respostas dessas empresas estão disponíveis no site do ISE (www.isebvmf.com.br). Parabéns a essas empresas!

Para concluir, restam desafios para a BM&FBovespa alcançar os objetivos propostos pelo ISE de funcionar como uma referência para o investimento socialmente responsável e atuar como indutor de boas práticas no meio empresarial brasileiro. Um desses desafios seria o de convencer mais empresas a responderem o questionário de avaliação. Para compor a sétima carteira do ISE foram convidadas para participar as 182 companhias que detêm as 200 ações mais líquidas da Bolsa. Deste total, apenas 54 responderam o questionário. Outro desafio seria o de estimular os investidores em geral, analistas de mercado, corretoras e empresas gestoras de recursos a procurarem investir em empresas com reconhecidas práticas de sustentabilidade nos negócios.

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