12 de novembro de 2008

Yunus diz que crise financeira é falta de humanização

Ontem estivemos presentes na palestra do prof. Muhammad Yunus, prêmio Nobel da Paz de 2006, que contou a sua experiência na criação do Grameen Bank, cuja atividade de microcrédito fomenta o empreendedorismo da população mais carente de Bangladesh, principalmente mulheres. Inicialmente o prof. Yunus comentou os desafios que enfrentou logo ao iniciar as atividades do Grameen: oposição dos grandes e tradicionais bancos do país que questionavam emprestar aos pobres; e questões sociais e religiosas, uma vez que em Bangladesh há resistências às mulheres exercerem a plena cidadania. Fundado em 1976, somente após seis anos 50% dos clientes do banco eram mulheres. Atualmente, esse percentual é de 97%. O Grameen começou pequeno e hoje já extrapola as fronteiras de Bangladesh. Ao ser indagado sobre as razões do sucesso do banco, o prof. Yunus resgatou conceitos simples, que fazem toda diferença ao negócio mas que parecem ter sido esquecidos: “Os bancos devem ir ao encontro das pessoas e não o contrário”, acrescentado que “é preciso que os bancos conheçam seus clientes”. A respeito da crise financeira mundial, o prof. Yunus disse que a crise é de confiança e que o risco não pôde ser evitado apesar dos bancos terem garantias, advogados e contrato. Segundo ele, a crise nos ensinou que “faltou o olho no olho”, “faltou humanização”. Finalmente, o prof. Yunus afirmou que a experiência de microcrédito do Grameen em Bangladesh serve em qualquer parte do mundo, porque progredir faz parte da natureza humana. Clique aqui para saber mais sobre o Grameen Bank e seu fundador prof. Yunus.

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