A NGFS - Network of Central Banks and Supervisors for Greening the Financial System acaba de publicar um relatório destacando a necessidade de transparência do mercado financeiro responsável pelo chamado financiamento ‘verde’ e de transição climática. Criada ao final de 2017, a NGFS é uma rede global de bancos centrais e autoridades de supervisão, da qual o Banco Central do Brasil faz parte, cujo objetivo é promover a gestão dos riscos ambientais no setor financeiro, sobretudo os riscos associados às alterações climáticas, e para apoiar a transição para uma economia mais sustentável.
Com base na
experiência dos bancos centrais e em uma pesquisa realizada junto a 25 bancos
centrais e 24 supervisores financeiros membros da NGFS, o novo relatório apresenta
uma visão abrangente a respeito de três questões consideradas críticas
envolvendo a transparência de mercado em finanças sustentáveis:
- As taxonomias, ou seja, os sistemas de classificação usados para identificar ativos, projetos e atividades em função dos benefícios ou custos ambientais. Atualmente há um cenário global fragmentado com muitas taxonomias diferentes, impondo a necessidade de melhorar a comparabilidade e a integração entre as jurisdições de cada país.
- Os mecanismos criados para a certificação e a verificação externas das credenciais ‘verdes’ de ativos, projetos e atividades. A revisão externa desempenha um papel importante para garantir a aplicação adequada dos princípios, padrões e taxonomias e, desse modo, promover a transparência do mercado.
- A crescente gama de métricas, estruturas e produtos desenvolvidos para financiar a transição climática. Tais ferramentas são importantes para bancos centrais que estão procurando avaliar e orientar uma transição climática ordenada por meio do uso de abordagens baseadas no mercado.
De fato, essas
questões remetem para a necessidade de o setor financeiro aprimorar a gestão de
riscos ambientais a fim de alinhar os investimentos e mobilizar recursos
financeiros destinados a introduzir tecnologias para reduzir as emissões de
carbono e combate às mudanças do clima. Aqui vale lembrar o Global Risks Report
2022 do World Economic Forum – WEF, que colocou dois riscos ambientais no topo
da lista de riscos da próxima década: o fracasso na ação climática e as condições
climáticas extremas.