Segundo o prof. Viola, ‘a arena de discussão climática é diplomática e discursiva. Nessa arena há três atores decisivos: Estados Unidos, China e União Europeia, que são os maiores emissores de carbono e têm grande poder militar. Entretanto, cada um deles possui posição diferente no que se refere à questão climática. Os EUA é um país dividido e conservador, em que pese o presidente Obama. A China também é um país conservador e está aumentando muito suas emissões de carbono. A União Europeia está em crise e por isso perdeu a liderança mundial no processo de descarbonização da sua economia. Para saber se um tratado climático global irá vingar é preciso, então, analisar as relações entre EUA e China, EUA e UE e China e UE’.
A questão da mudanças climática, dada inicialmente como de caráter ambiental, adquiriu depois conotação econômica e agora é uma questão de segurança global. O núcleo das relações internacionais, contudo, não considera a mudança climática como uma questão central. Por isso o prof. Viola enxerga o futuro imediato com pessimismo e não crê na obtenção de um acordo climático global. Segundo ele, ‘a percepção da ocorrência de um maior número de eventos climáticos extremos poderia dar corpo a um acordo’. A desordem climática pode gerar desordem mundial, acrescentou o prof. Viola, citando como exemplo os ‘refugiados climáticos’ na África em decorrência da escassez de água. Ai sim haveria um acordo para evitar esse tipo de risco’. 'Um acordo climático global deve impor um preço ao carbono, de modo a constranger as emissões de gases de efeito estudo. Caso contrário a descarbonização da economia ocorrerá muito lentamente', concluiu o prof. Viola.
Novos seminários para discutir a mudança climática como argumento central no processo de civilização deverão ocorrer no início do próximo ano.
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