O World
Economic Forum – WEF acaba de lançar o Global Risks Report 2022. Este Relatório
apresenta os resultados de uma Pesquisa de Percepção de Riscos Globais realizada
entre quase mil especialistas e líderes mundiais, que identificaram os riscos
críticos para seus respectivos 124 países, seguida por uma análise dos principais
riscos que emanam das atuais tensões econômica, social, ambiental e tecnológica.
O Relatório
identifica os cinco riscos mais graves em escala global ao longo dos próximos
10 anos, sendo três primeiros riscos ambientais e seguidos de dois riscos sociais:
1º Fracasso na ação climática; 2º Condições climáticas extremas; 3º Perda de
biodiversidade; 4º Erosão da coesão social; e 5º Crise de meios de subsistência.
Com relação ao
Brasil, os respondentes da Pesquisa de Percepção identificaram os seguintes cinco
principais riscos, evidenciando a preocupação existente no pais em relação ao baixo
crescimento econômico e elevado desemprego: 1º Estagnação econômica prolongada;
2º Crises de emprego e subsistência; 3º Desigualdade de acesso digital; 4º Danos
ambientais causados pela ação humana; e 5º Geopolitização de recursos
estratégicos.
É interessante
destacar também o resultado da Pesquisa de Percepção com relação ao horizonte
dos riscos globais (quando os riscos se tornarão uma ameaça crítica para o
mundo), no qual os riscos ambientais predominam à medida do maior prazo:
- No horizonte de curto prazo (0 a 2 anos): 1º Condições climáticas extremas; 2º Crise de meios de subsistência; 3º Fracasso na ação climática; 4º Erosão da coesão social; e 5º Doenças infecciosas.
- No horizonte de médio prazo (3 a 5 anos): 1º Fracasso na ação climática; 2º Condições climáticas extremas; 3º Erosão da coesão social; 4º Crise de meios de subsistência; e 5º Crise da dívida pública.
- No horizonte de longo prazo (6 a 10 anos): 1º Fracasso na ação climática; 2º Condições climáticas extremas; 3º Perda de biodiversidade; 4º Crise de recursos naturais; e 5º Danos ambientais causados pela ação humana.
Principalmente
por causa da crise sanitária e dos riscos econômicos que se aprofundaram com a
pandemia da COVID 19, o Relatório de 2022 identifica o risco de ‘fracasso na
adoção de medidas de combate às mudanças climáticas’ como o risco número um da
próxima década. Há um aumento na percepção desse risco, uma vez que já vinha
sendo listado nos Relatórios anteriores.
O fato de os
riscos ambientais predominarem no horizonte de mais longo prazo revela a
urgente necessidade de os países e o setor privado mobilizarem recursos
financeiros destinados a introduzir tecnologias para reduzir as emissões de
carbono, limitando o aumento da temperatura do planeta em até 1,5º C acima do
nível pré-industrial, conforme o compromisso que assumiram na última Conferência
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26). Os respondentes da
Pesquisa de Percepção, contudo, demonstram ceticismo em relação a esse
compromisso.