Como ocorre em todo início de ano, acontece agora em janeiro a reunião do WEF - World Economic Forum (Fórum Econômico Mundial) em Davos na Suíça. Nessa ocasião o WEF lança o seu Global Risks Report (Relatório de Riscos Globais). A 16ª. edição desse Relatório traz uma análise dos riscos para o ano de 2021 em face do ano passado, que foi duramente atingido pela pandemia, crise econômica, turbulência política e o agravamento da crise climática. O novo Relatório explora como os países e as empresas podem agir para enfrentar esses riscos.
Sem surpresa, uma
das grandes mudanças entre este ano e 2020, em termos de riscos, foi provocada
pela pandemia do coronavírus. O risco representado por doenças infecciosas está
agora classificado em primeiro lugar, enquanto em 2020 estava em 10º lugar. O
Relatório enfatiza que o custo humano e econômico imediato resultante da
pandemia é severo, ameaçando reduzir anos de progresso na redução da pobreza e da
desigualdade social para grande parte da população mundial, principalmente
devido ao desemprego.
O WEF elabora o Relatório com base numa pesquisa anual, que foi concluída por mais de 650 de seus membros, a respeito da percepção de riscos globais agrupados em 5 categorias: econômicos, ambientais, geopolíticos, sociais e tecnológicos. Considerando uma perspectiva de dez anos, o Relatório aponta os 10 maiores riscos por probabilidade de ocorrência e os 10 maiores riscos por potencial de geração de impacto, dos quais a seguir listamos os riscos ambientais e sociais (por ordem de classificação de probabilidade / impacto):
Eventos climáticos extremos - Perda de vidas humanas, danos aos
ecossistemas, destruição de propriedades e / ou perdas financeiras em escala
global como resultado de eventos climáticos extremos: frentes frias, incêndios,
inundações, ondas de calor, tempestades de vento etc. (1º. / 8º.).
Fracasso na adoção de medidas de
mitigação e adaptação às mudanças climáticas - Falha dos governos e empresas em fazer cumprir,
disseminar ou investir em medidas eficazes de adaptação e mitigação das
mudanças climáticas, preservar ecossistemas, proteger populações e fazer a
transição para uma economia neutra em carbono (2º. / 2º).
Danos ambientais causados pela ação
humana - Perda de vidas
humanas, custos financeiros e/ou danos aos ecossistemas como resultado da
atividade humana e/ou falha na coexistência com ecossistemas: desregulamentação
de áreas protegidas, acidentes industriais, derramamentos de óleo, contaminação
radioativa, comércio de animais silvestres, etc. (3º. / 6º.).
Doenças infecciosas - Propagação massiva e rápida de vírus,
parasitas, fungos ou bactérias que causam o contágio descontrolado de doenças
infecciosas, resultando em uma epidemia ou pandemia com perda de vidas e perturbação
econômica (4º. / 1º.).
Perda de biodiversidade - Consequências irreversíveis para o
meio ambiente, a humanidade e a atividade econômica decorrente de uma
destruição permanente do capital natural: extinção e/ou redução de espécies,
perda relevante de biodiversidade e colapso dos ecossistemas terrestres e
marítimos (5º. / 4º.).
Crises dos meios de subsistência - Deterioração estrutural das
perspectivas de trabalho e/ou padrões para a população em idade ativa:
desemprego, subemprego, redução de salários, fragilização de contratos de
trabalho, perda de direitos trabalhistas, etc. (10º. / 7º.)
Crises de recursos naturais - Colapsos alimentar, mineral, hídrico ou de outros recursos naturais em escala global como resultado da sobre-exploração humana e/ou má gestão de recursos naturais relevantes (-- / 5º.).
Observa-se que
entre os riscos de maior probabilidade de ocorrer na próxima década destacam-se:
os eventos climáticos extremos, a falha em lidar com as mudanças climáticas e os
danos ambientais causados pela ação humana. Entre os riscos de maior impacto da
próxima década, as doenças infecciosas aparecem no primeiro lugar, seguido por
falha em lidar com as mudanças climáticas e outros riscos ambientais. Assim,
apesar das consequências inevitáveis da pandemia do coronavírus, são as
questões relacionadas à mudança do clima que constituem a maior parte da lista
de riscos deste ano de 2021, que o Relatório descreve como "uma ameaça à
existência da humanidade".
Por conter
recomendações de como agir diante desses riscos, o Relatório do WEF contribui para
a gestão deles nas empresas.
Acesse aqui o 2021 Global Risks Report.