A consultoria internacional Bain&Company, em parceria com a International Association of Credit Portfolio Managers – IACPM, divulgou neste mês de maio o Estudo ‘How financial services firms are wrestling with ESG’ (Como as instituições financeiras estão lutando com ESG). Esse estudo, resultante de uma pesquisa global com 55 instituições financeiras, que detêm US$ 40 trilhões de ativos, detalha como elas estão respondendo às pressões oriundas dos órgãos reguladores, acionistas e clientes no que diz respeito aos aspectos ESG.
O Estudo revela que há uma divisão entre os bancos:
parte considera os aspectos ESG como riscos a serem gerenciados, e outra parte
como oportunidades de negócios a serem capturadas. O Estudo aponta que, apesar de os bancos
estarem avançando em relação à incorporação dos fatores ESG em suas principais
áreas de negócios, eles se sentem prejudicados pela falta de consenso em suas
estruturas organizacionais (processos de gestão de riscos e de decisão carentes
de clareza) e por diferentes prioridades regulatórias existentes entre as regiões
e países onde atuam. No que diz respeito à organização interna, 40% afirmam que
não incorporam responsabilidades aos colaboradores do ponto de vista ESG em
suas linhas de negócios, o que está em desacordo com a melhor prática.
O Estudo destaca quatro áreas que merecem a atenção
dos bancos: alinhar as partes interessadas no processo de descarbonização da
economia, decidir as prioridades de financiamento para promover a transição
energética, definir as estratégias para atender às demandas dos clientes em
relação à descarbonização e transição e investir na análise de dados para aperfeiçoar
as ferramentas de avaliação do risco climático.
Quanto ao risco climático, os bancos estão começando a incorpora-lo ao planejamento estratégico e decisões de empréstimos e contratação de seguros, reconhecendo que os impactos relacionados ao clima podem contribuir para aumentar o risco de crédito de maneira ainda não totalmente compreendida. Certamente a questão climática é um fator de atenção para os bancos, considerando que a lista dos 10 riscos com maior impacto provável de ocorrer no longo prazo (em até 10 anos), segundo o Global Risks Report 2023 do Fórum Econômico Mundial, são os riscos de falha na mitigação das mudanças climáticas, de falha na adaptação às mudanças climáticas e a ocorrência de desastres naturais e eventos climáticos extremos ocupam, respectivamente, os 3 riscos mais relevantes dessa lista. Por outro lado, há um grande potencial de novas oportunidades de produtos financeiros voltados à descarbonização e ao uso mais eficiente de recursos naturais.
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